domingo, 5 de maio de 2013

Diga não ao capitalismo eclesiástico!



Diga não ao capitalismo eclesiástico!

O que buscamos nessa vida? Satisfação pessoal, financeira, desejos, carreiras, sucesso? O mar de buscas que o mundo nos oferece é tentador e prazeroso. Os que preocupam com o humanismo estão na visão econômica com seus dias contados, e o que mais nos deixa em alerta, é que podemos estar nesse vértice econômico sem perceber.
Mas como?
Fazendo parte da massa esmagadora, que é consumidora e consumida pelos próprios valores e produtos que inventa.
 Estou cada dia mais sentindo a necessidade de estreitar os laços com seres humanos, e me distanciar do capitalismo empregado em nossa sociedade. Quanto mais o tempo passa, mais as pessoas buscam por algo inalcançável, o sucesso pleno e absoluto!
Somos insaciáveis e quanto mais buscamos o sucesso que o capitalismo nos oferece, mais distante estamos do sucesso que Deus nos oferece. Que triste! Detalhe, o sucesso oferecido por Deus é alcançável, eterno e real. Então porque não concentramos nele?
Estamos em uma fase econômica e eclesiástica de extrema delicadeza. Fomos invadidos pelo capitalismo de massa, e estamos aplicando a metanóia não pelas sagradas escrituras e sim por uma onda secular liberal devastadora. Nomes de Smith, Berger, Bauman, Marx, Hegel, Maquiavel, estão aumentando seu espaço nas cabeceiras de líderes teológicos e invadido púlpitos com grande poder nas últimas três décadas.
A falta de intenção se tornou a base dos discursos e a alienação cultural pública, facilitaram para que essas doutrinas invadissem os altares. A fase educacional em nosso país é péssima, apesar de maquiada pelas autoridades e principalmente pelo governo federal. Não possuímos uma educação de base coerente com os impostos pagos, e o que observamos, é um povo alienado educacionalmente que tem uma necessidade de ser compensado de alguma forma, e porque não o crédito?
A autoridade imposta pelo poder de receber, comprar, ganhar, altera o estado de felicidade do ser humano, e o deixa em condições psicológicas enfraquecidas, sendo assim, um grupo feliz e facilmente manipulado pela aquisição momentânea.
Não se assustem se ao invés de ouvirem Aleluia, Glória a Deus, Graças Senhor nos cultos, daqui um tempo ouvirmos Glória as Casas Bahia, Graças ao Ricardo Eletro, Viva à minha casa minha vida da Caixa.
O que o povo esquece, é que tudo isso passa! Confiram:
O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão". Mt 24.35.
A geladeira acaba, a TV é ultrapassada tecnologicamente em questão de segundos, e sua casa nova ficará aqui quando você deitar a sepultura. Não sou contra as aquisições, pelo contrário, sou a favor da comodidade e do sucesso, apenas sou defensor do ser humano em primeiro lugar e não dos produtos.
 Estamos próximos de aceitar que a consideração com o próximo não é algo comum, Adam Smith, o pai do liberalismo econômico, crê que o melhor motor para fomento do bem coletivo é o individualismo, e nos compara as abelhas, que trabalham individualmente, e obtém sucesso comum da colméia dessa forma, e fiquem alerta, porque já estamos ouvindo sermões “apicultivos” em nossos púlpitos, inclusive com o mesmo comparativo.
Somos servos de Deus ou economistas? Tratamos em altares de relacionamento com Deus e com o ser humano, ou mercado de capitais? Somos teólogos ou bancários? Apesar de algum de nós, inclusive eu, trabalharmos no ramo econômico, não podemos levar literalmente esses conceitos para os altares, definitivamente eles não são aplicáveis nas igrejas, não podemos comercializar o templo!
Vamos aprender com Cristo, que mantinha seu relacionamento com o Pai, em um contínuo foco nas coisas de Deus, levando-o a um lugar onde o desejo mais profundo é que tudo e todos se encontrem unidos sob Deus. Esse desejo é refletido na “oração sacerdotal” de Jesus no cenáculo:"para que todos sejam um, Pai, como estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados a plena unidade, para que o mundo saiba que tu me envisate, e os amaste igualmente me amaste” Jo.17.21-23.
para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.

Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um:

eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.
João 17:21-23
Essa é a ordem de relacionamento na terra dada por Cristo, entre Criador e criatura, não entre criatura e produtos. Não podemos pensar como Jesus, se tivermos uma ótica capitalista e individual, precisamos nos separar dos fetiches e ilusões que o consumismo nos impõe.
Cada dia mais, precisamos reconhecer que não necessitamos desses produtos, e que Deus criou para nós um mundo repleto de beleza, brilho, vivacidade, e intensidade independente do comercial.
Tal reconhecimento é elemento essencial para habitar no reino de Deus.
É um desabafo, mas cheio do Espírito.
...d.C. nunca mais o mesmo.


Um comentário:

  1. "...Fazendo parte da massa esmagadora, que é consumidora e consumida pelos próprios valores e produtos que inventa...."

    Muito bom mesmo o post, fiquei de cara com a frase acima...sem mais!

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