domingo, 28 de abril de 2013

Sobram decepcionados, faltam surpresos.

 
Me impressiono a cada dia que passa cada vez mais com o evangelho, tenho recebido a graça de Deus em porções grandiosas, mas tenho me preocupado com aqueles que não conseguem contemplar tal maravilha.
Em breves ou longas conversas com amigos, companheiros de salas, alunos, tenho chegado cada vez mais a uma conclusão. O problema eclesiástico nacional não está no que ganha e sim no que perde. Desde que se instalaram novas formas e estratégias de pregar o evangelho em nosso país, temos nos tornado refém de uma massa que cresce absurdamente em nosso território, e pasmem, não são os crentes, são os ex-crentes. É notório que as igrejas Neo-Pentecostais, com sua teologia da prosperidade tem crescido de forma grandiosa em nosso planeta, e sinceramente não tenho a pretensão de dizer que estão erradas, mas tenho ficado em alerta com alguns fenômenos ocorridos. Invade a igreja uma expressão empresarial chamada de "turnover", que nada mais é que a rotatividade, entre os admitidos e os demitidos, nesse caso os que entram e os que se desviam. Notamos que as igrejas tem lotação máxima alcançada nos cultos, estratégias logísticas tem invadido os púlpitos, mas também notamos que não são os mesmos que frequentam as igrejas, e sim observamos que há uma grande rotatividade nesses locais. Mas porque? O que mudou?
Percebo por conversas que a decepção é a causa máxima desse fenômeno, estão criando a maior nação frustrada de todos os tempos, um evangelho baseado na troca, sem base bíblica, sem um pingo de caráter prestado por seus líderes, e o caos se instalando no mundo protestante, devendo a generalização que é feita por aqueles que estão de fora. O que mais se vê, são promessas baseadas na prosperidade, na renúncia da pobreza, na recepção da riqueza, na aquisição de bens, e detalhe, em um tempo pré-determinado por aquele que pede, trazendo jargões como "benção tem nome e tempo marcado", mas que evangelho irresponsável é esse?  Percebo que estamos virando refém da população sofredora, e temos a obrigação de resolver tudo em tempo marcado, e na intenção de manter essa pessoa dentro da igreja, prometemos que Deus trará  solução pra ela, colocando a Deus numa roubada (desculpe a expressão, mas é o melhor que achei para tal) que criamos pura e simplesmente por não pregarmos a verdade.
O mais vergonhoso é que vejo a maioria das pessoas usando bíblia para quando a situação não é resolvida e colocando a culpa no tempo de Deus, estilo:
  "Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu" Ec 3.1
É tempo de parar e observar, mais interessante é que o próprio Jesus não falava dessa forma, Ele não prometia trocas interessadas, pelo contrário, falou sobre sofrer, ser perseguido, calúnias, dores, fardos, impostos, e mais, defendia como seu discípulo e servo quem passar pelas mesmas coisas, e aí, vai? Precisamos de parar de prometer o que não podemos cumprir, pessoas cada dia mais, saem das igrejas sem sucesso, revoltadas pelas promessas não alcançadas, e olha o mais engraçado, não foram elas que pediram, mas foi alguém que lhes prometeu. Pasmem, somos reféns de algo inventado por nós .
Voltemos ao evangelho da Graça! Vamos ser mais responsivos ao pregar, somos sim responsáveis, mas precisamos ser mais responsivos(oferecer respostas) e não "prometedores", precisamos de assumir responsabilidade não só no que praticamos, mas na atitude que vai gerar uma palavra saída de nossa boca. Temos o maior arsenal ideólogico em nossas mãos, e estamos atirando em nosso próprio exército!
Ouvi algo ontem que me marcou: "Não vou a igreja para buscar a salvação, mas vou para agradecer e adorar um Deus que já me deu a salvação"  
É um desabafo...mas cheio do Espírito.
d.C. nunca mais o mesmo.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Cardioterapia agraciada.




Eu amo amar!Parece um pleonasmo redundante, mas é verdade, o amor é infinitamente melhor que nossas idéias.
Tenho observado nos últimos tempos e principalmente no último mês, que algumas palavras estão voltando com freqüência aos nossos púlpitos. Em tempo de politicagem ao extremo e PL’s a serem discutidas, consigo enxergar uma luz no fim do túnel, aliás, confesso que no último mês tenho me rendido e ficado muito feliz em começar a entender o que é um avivamento. Amor e graça têm aparecido novamente no vocabulário dos Cristãos, e podemos sentir o gostinho mesmo que pequeno de como Jesus incomodava com essas palavras e sentimentos, afinal, Ele incomodava e ainda incomoda com seu jeito mirabolante de cativar, coisa que não entendemos e nem nunca entenderemos, talvez, sigamos.
Olha que choque:
 ...”Saindo Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: ‘Siga-me”. Mateus levantou-se e o seguiu. Mt 9:9.
Paaaaaaaaaaaaaaraaaaaaaaaa! Como pode? Que facilidade é essa?
Pasmem, isso é o básico! Que básico? Analisem comigo, vivemos em um povo que sofre, fato, e achamos que as igrejas lotam pelo nosso poder, pregação, visão, estruturas, eventos, porque somos completamente lindos, cheirosos e “enternados”(vejam bem não internados e sim, “enternados” “de terno”, inventei agora, que me perdoe os letrados, mas achei interessante esse termo tão pentecostal).
Somos uns trouxas reforpentetradicarentes (faltou alguém?)! A Igreja só enche porque esse povo sofre, e não há ninguém para dividir o sofrimento com eles, o povo não quer mais receber, estamos chegando a conclusão que o povo quer mudar. Receber é muito bonito e bem pentecostal, porém o evangelho da graça e do amor é baseado em dar.
E Jesus numa estratégia mirabolante se oferece! Isso é Cristianismo, só podemos oferecer algo que temos, e o que temos oferecido é passageiro(até o final do culto ou campanha), mas Cristo nos ensinou de outra forma, Ele disse: Vem, siga-me!
E se Ele é infinito, o seguir a Cristo é Eterno!
Pela física, aprendi que tudo que ganho, aumenta minha massa, mas que tudo que divido, diminui a minha massa, ei! Achei! Lembra aquela frase que você adora dizer: “Porque meu jugo é suave e o meu fardo é leve” Mt 11:30, se somos “pequenos cristos” porque não imitamos a idéia, e tornarmos o fardo do nosso próximo mais leve?
Com tanto amor e graça pregados, podemos mudar os slogans das campanhas, ao invés de “campanha dos cestos cheios”, porque não compartilharmos o pão? Porque não vemos nomes como: “Venha dividir seu fardo comigo”? ou “Pesado? Tenho um braço para lhe estender!”.
Talvez: Vem,siga-me! Eu sigo a Cristo!
Vamos pregar o amor e graça, e o básico se fará!
É um desabafo...mas cheio do Espírito.
d.C nunca mais o mesmo.

sábado, 20 de abril de 2013

Visão! Que tal?

 
Se escrevêssemos sobre a vontade de Deus sobre nós, será que apenas alguns inseridos  em uma visão específica, podem ser considerados bons aos olhos do Pai? Melhor, será que só uma forma de visão determina a vontade de um Deus por várias vezes citado na Bíblia com especificações multiformes? Será que a Graça e Magnitude estão sendo manufaturadas em visões?
Por isso eu amo os dicionários, eles esclarecem minhas dúvidas, vamos ao Almeida, que por sinal é meu parente, brincadeirinha.
Visão: 1) Alguma coisa vista em sonho ou em transe e usada por Deus para comunicar uma mensagem a alguém (Is1.1; Am1;1).  2) Forma de MAGIA pela qual se procura conhecer o futuro e obter conhecimentos ocultos (Lm 2.14; Ez13.6).
Observando a primeira referência citada Is.1.1, e tive uma aula de Isaías essa semana com o cantor Leonardo Gonçalves em sua pregação, observo que tanto o autor do dicionário, quanto a bíblia especificam que é uma comunicação entre Deus e o homem, específicos para sua época e povo, tem endereço, tempo a ser cumprido, e o melhor, o resultado Deus já conhece. Não é uma aposta, é uma conclusão de um Deus onisciente sobre as coisas vindouras, não há dúvidas sobre sua veracidade e cumprimento, é um fato a acontecer. Em Am 1.1 a cíclica perfeita e linda da bíblia se repete, e Amós recebe uma visão profética sobre o povo de Israel. Então, de onde vem as visões tão comentadas nos dias de hoje, e quem foi que disse que elas são originais, se nas “visões” originais não há apenas estratégia para aumento de rebanho, e sim, uma preocupação monstruosa para Israel não se perca?
Quando vejo alguns pregaram sobre ganho de almas, invade meu coração uma “inveja santa” sobre a forma que Deus comunica com esses homens e mulheres, e mais, como que esses corações pulsam tanto almas, almas, almas, se o meu só bate e nunca falou comigo. Não estou dizendo em nenhum momento que não quero ganhar almas, pelo contrário, quero e quero muito, mas não reconheço isso como requisito de salvação.As igrejas contemporâneas passam por um advento que é de assustar, que é o advento das metas! Sou bancário além de escritor, professor e pastor, e meta é uma palavra que cria repulsa em meu racional tão grande, que até para escrever esse texto tenho que me controlar pra não perder toda a matéria nessa hora. Será que fomos invadidos pelo profissionalismo empreendedor que só poderemos chegar ao céu com a meta batida? E se for, onde Deus colocou essa meta na bíblia?
Estão confundindo estratégias de marketing profissional de homens com a bíblia. Se referindo a tais como verdades infalíveis, perfeitas, e condicionais para continuar em ministérios, a frente de igrejas, pregando em púlpitos como se alguém mandasse nesse negócio aqui na terra e Deus ficasse só assistindo lá do Céu como um mero espectador, que se enjoar de um programa, pega o controle remoto e muda de canal, deixando aquele canal para trás e o problema para quem estiver assistindo.
Ei senhores! Estão redondamente enganados com Deus, Ele ainda e sempre continua mandando! A única verdade infalível que nos foi apresentada até hoje se chama Bíblia Sagrada! E a única verdade infalível em forma humana que um dia habitou entre nós se chama por Jesus Cristo. Portanto, erramos sim, somos falhos sim, vacilamos e muito, e precisamos sim ganhar almas, mas só podemos ser julgados mediante o livro sagrado e em comparação a vida de Cristo, e detalhe, pelo Pai. Não acredito que verei um Deus com um tablete em mãos no dia do julgamento, me perguntando quantas almas ganhei, e conferindo o seu gráfico “excel celestial”. Pastor e a árvore que não der frutos? Ensina hermenêutica para ela.  Se Jesus curou a vários, ensinou, consolou, repreendeu, expulsou demônios e ganhou apenas uma alma, veja bem, uma alma, porque eu tenho que ser julgado mediante as obras apenas pelo número de almas que ganho? E os que consolam os desesperados? Ou só há desesperados fora da igreja? Os que curam? Ou só há doentes fora da igreja? E os que ensinam? Ah é os senhores já sabem tudo!
E se é para seguir a “visão” original de Cristo, porque não se preocupam mais com suas ovelhas perdidas? Afinal, a matemática financeira permite ganhos mesmos com prejuízos, desde que sejam menores que os lucros, ou seja, perdeu um, mas se ganhou dois, está bom o que importa é que cresceu, isso, como diria meu amigo e eterno professor de hermenêutica Pr. Roberto é coisa séria, muito séria!
E os testemunhos então.....vou parar por aqui senão estarei fazendo farisaísmo, mas um desabafo cheio do Espírito é válido.
d.C nunca mais o mesmo.......